domingo, 30 de dezembro de 2018

Um texto que fala sobre nada e sobre tudo e sobre referências literárias

Eu não sou uma pessoa de religião, acho que todas são besteira, inclusive não gosto muito delas, mas por algum motivo eu levemente acredito no poder de energias, astros e de garotos bonitos que falam gostar de mim. Mas esse texto não é sobre nenhum dos 3 especificamente, mas ao mesmo tempo sobre os 3 e um personagem a mais: eu mesmo.
Li em algum lugar que durante a virada do ano não devemos pedir o que queremos para o próximo ano, mas sim as coisas que queremos deixar para trás e que sejam afastadas, pois é algo que envolve a fase da lua e o dia da semana e muitas outras coisas que não entendo, mas finjo entender para conseguir flertar com os Millenials.
Qualquer que seja o caso, é isso, esse ano foi o ano de muitas âncoras, muitos tentáculos, muitas Catherines, muitos amores que eu achava merecer, mas pouco sobre o que era mais importante: o Heathcliff que vos fala. Uma ousadia a minha tentar me comparar com talvez o melhor personagem que já conheci, mas esse blog nada mais é do que diversos exageros e um fluxo infinito do que se passa na minha cabeça, então eu acho que eu minimamente dito as regras, e a regra é essa no momento, eu sou o Heathcliff, por ora.
Mas ao mesmo tempo eu sou os tentáculos, e tenho o desejo de ser a âncora, e de ter o amor que eu mereço e de ser o amor que alguém mereça, e talvez eu tenha sido, só não tenha encontrado o que eu merecesse. Talvez algumas pessoas precisem de um Heathcliff, mas ele não necessariamente precisa de uma Catherine, apesar de ser o que ele procura. Ok, tá ficando um pouco confuso, mas a questão é, bom.... eu não sei qual é a questão, mas ela é está aí, talvez para eu descobrir no próximo ano, na próxima década, ou até na próxima vida.
Ok, e por que eu falei do que pedir na virada do ano? Também não sei muito bem, achei que cairia bem nesse momento, AH É,  sim. Todas essas âncoras e tentáculos e Catherines serão o que eu tentarei não levar para 2019, mas que com certeza me seguirão, compondo mais ainda os tentáculos, mas aí abrirá a vaga da âncora, que no caso, eu já a conheço, eu sempre a conheci, só não a aceitei. É, esse texto é uma tentativa da minha cabeça atordoada aceitar que eu sei qual deveria ser minha âncora, e que eu sei há 24 anos, e que já passou da hora de aceitá-la.
E parar de aceitar o que eu achava que merecesse, até porque não é o que eu ache que mereça mais.
Então até logo, e obrigado pelos peixes, e instabilidades emocionais, e falsos sentimentos de preenchimento. 2018, você deixará muita pouca saudade.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Limpe os pés ao entrar

E ele então invadiu minha casa. Não invadiu, perdão, também é duro demais falar isso. Eu o convidei a entrar. E ele limpou os pés, e pediu licença, e disse por favor e obrigado.
E eu o levei até a sala, e na sala ele se sentou de forma bem educada no sofá, e foi completamente educado. E aos poucos colocou os pés em cima do sofá, sem tirar os sapatos. E nesse momento eu pensei tudo bem, vamos relevar, ele parece ser bom apesar disso. E depois disso ele se deitou no sofá, não me dando lugar para sentar.
E então mudei de cômodo e o chamei para a cozinha, e ele pediu, por favor, uma xícara de café. E assim eu preparei o café, do jeitinho que eu gosto. E ele bebeu, e disse que estava muito ruim e não beberia mais. Estava forte demais para o seu gosto. Está bem, eu pensei, não são todos que gostam de café forte.
E o chamei para o meu quarto. E no meu quarto ele entrou e pediu licença para tirar os sapatos, e eu disse claro. E nos deitamos na cama, e na cama nós ficamos. Até a hora que ele disse que a cama era pequena demais, que estava desconfortável estar tão perto de mim, que a temperatura não estava boa, e que nada estava bom.
E talvez nessa hora eu devesse ter mandado ele embora, mas não consegui, não sei porque, mas queria ainda ele ali. Talvez aquilo tudo fosse melhor do que não ter ninguém para reclamar.
E chegou o momento, que ele entrou no cômodo mais importante, e até hoje me pergunto porque o deixei entrar lá. E assim se foi, tudo se foi, ele foi completamente cortês ao entrar, e não reclamou de nada, não tinha nenhuma crítica a nada. Porém ele não foi cuidadoso, e nesse cômodo, ele quebrou, pela primeira vez, o que estava lá, e que não conseguiria repôr.
E ficamos lá olhando, quebrado.
Sem saber o que fazer. Sem saber se aquilo era uma invasão, se foi culpa do convite, se foi culpa minha, ou dele, ou nossa. Mas não importa, agora estava quebrado, e ninguém sabia como consertar.
E quebrado ficou, espatifado no chão, esperando ser varrido, ou para debaixo do tapete, ou para o lixo, de onde não voltaria nem um único caco.

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Eu

And there you were again

Na verdade não,
it wasn't you,
e nem era você,
era eu.
Era todo aquele 100% que eu coloquei em você,
and on you,
e em mim.
Mas fui eu,
sim, eu admito.
O motivo de eu chorar não era sua culpa,
and not even yours, for the first time,
era por mim mesmo e pela forma como nunca consegui lidar comigo mesmo,
como não consegui lidar com todos aqueles fantasmas do passado
e os do presente
e os que eu imaginaria que seriam do futuro,
porque só me resta imaginar, já que eles ainda não existem,
só na minha cabeça.
And for that, there you were again,
e cá estava eu,
e lá estava você,
e não havia ninguém junto de ninguém,
metaforicamente e literalmente.
E meu chá esfriava na mesa de cabeceira,
enquanto eu preferia ficar deitado chorando,
a levantar e me esquentar por dentro,
já que você não estava aqui para me esquentar por fora,
and specially weren't you.
Só tinha a mim mesmo,
e qual era o problema disso?
Nenhum, eu digo,
e digo um pouco mais alto,
e digo com um sorriso no rosto
e secando as lágrimas.
Nenhum.

E assim o problema começou a descer garganta abaixo, junto com o chá,
que estava meio gelado,
mas ainda tinha o seu gosto.

Nenhum de vocês,
nenhum de nós,
mas todos de mim.

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

sEu

Seja meu,
na verdade, não,
seja seu,
e deixe que eu seja meu.
Além disso,
não seja eu,
deixe você ser você
e eu ser eu.
Mas me beije,
isso sim,
me beije muito,
com esse beijo que só você sabe dar.
Se dê,
mas não por completo,
o beijo e um pouco mais já está de bom tamanho.
Não sei se eu conseguiria ter algo assim tão precioso,
até gostaria,
mas ao mesmo tempo não gostaria,
ter partes de você já é bom o bastante.
Por que?
Ora,
porque você é tanto,
tanta coisa,
tante,
que 1% de você já me deixa 100% feliz,
ou quase lá.
Mas então
seja, beije, dê,
ame.
Eu te amo

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Café

Onze horas da amanhã e eu acordo com ele do meu lado. Ele ainda está de olhos fechados, mas eu sei que já está acordado, então eu vou e falo "bom dia" e ele me responde com um beijo. O beijo ainda tem gosto de vinho, sêmen, pau e bunda, da noite passada.
A primeira coisa que pergunto é se ele quer café. "E com canela". Que bom que ele gostou dessa ideia que dei há dias atrás, até porque canela é o que coloco em qualquer coisa, seja pra deixar mais gostoso, ou pra deixar minimamente bebível. Nesse caso é pra deixar ainda mais gostoso, até porque deixar café ruim é uma arte para poucas pessoas, e para todos os restaurantes que oferecem um copinho de café gratuito depois do almoço.
Enquanto o café não fica pronto eu fico pensando em mil coisas do que dissemos noite passada, e ele deitado na cama, sabe-se lá fazendo o que, até porque ele já fez tudo para fazer enquanto eu dormia e ele fingia dormir e rolava na cama por horas sem me acordar.
Eu pensei que começar o dia tomando café por si só já fosse a melhor forma de iniciar qualquer dia, mas então eu aprendi que quando fazia isso com ele poderia ser melhor ainda. Na verdade, tudo eu comecei a descobrir que poderia ser melhor ainda se eu fizesse com ele. Fosse tomar um café para melhorar meu humor pela manhã, ou acordar de mau humor não querendo olhar na cara de ninguém.
Acho que tem algum motivo para eu estar falando tanto de café nesse texto, então tentei traçar uma relação, buscando no meu subconsciente.
Acho que minha vida antes de conhecer ele pode ser comparada aos cafés gratuitos de restaurante: raso, difícil de ser tragado, meio transparente, sem graça, que não te dá energia. E ele seria a canela que eu poderia colocar neles e tornar mais bebível, mais tolerável, e quem sabe até me dar energia, até porque a canela é afrodisíaca, e ele...bom, eu acho que o fato de eu acordar com todos esses gostos na minha boca já diz o suficiente.
Mas nós não precisamos de açúcar, não. Açúcar é o que mascara totalmente o verdadeiro gosto do café, é algo que você coloca para parecer que o café não é café, e sim uma bebida doce para acompanhar seu pão com manteiga pela manhã. Nós não precisamos de açúcar, nós estamos bem sendo o café e a canela, que se complementam e não se apagam, trazendo algo de novo um para o outro.
Depois que bebemos o café e nos beijamos parece que todos os outros gostos sumiram, todas as lembranças da noite passada sumiram, e agora estamos prontos para colocarmos novos sabores na nossa boca, novos momentos um com o outro. Um novo dia, e mais alguns cafés durante ele.

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Dia 499, parte 2

Não é fácil.

Como pode alguém ser tão macio?
Eu não digo fisicamente, isso ele também é; seu beijo, seu pau, seu cu, seu pé. Mas a alma dele, parece um algodão doce, que ás vezes dá vontade de comer. As vezes eu paro e me acho meio estranho por querer comer a alma de alguém, mas sei lá, acho que vocês chamam isso de linguagem figurada, mas não sei se é. Bom....

Ah, ele voltou, bem lembrado falar isso.

Não bebemos a segunda garrafa de frizante branco juntos, mas eu bebi por ele, assim como muitas coisas ele fez por mim.
Falando assim parece que nós assaltamos um banco um pelo outro, mas não, foram pequenas coisas, coisas que para quem não está apaixonado não teriam tanta importância, mas para quem está, fazem.
Sim, estamos apaixonados. Uau né. Vocês imaginavam que eu diria isso de novo?
Eu sim, muitas vezes,, e que não seria correspondido. Mas nesse caso, sou.
Sou muitas coisas que eu sei, mas algumas que ainda não tenho certeza, mas se fosse não ficaria triste.
Ele também é, só não deve saber ainda, talvez porque eu não tenha sabido ainda como colocar em palavras, ou tenha dito de alguma forma que ele não tenha entendido, mas deixo aqui confirmado, ele é.

Não é fácil, e nem vai ser, e ainda bem que não é.
Mas é pra isso que temos isso tudo que temos, que temos um ao outro. Ah, "nós" também não é fácil, e sou grato por não ser, porque se fosse, bom, acho que nem seria em primeiro lugar.
Eu não sou fácil de lidar ou de aguentar, ele não é fácil de entender.
Mas tudo parece tão fácil ao mesmo tempo.
Eu nunca sei se tô preparado pra tirar a roupa dele e beijar aquele corpo e deixar marcas de mordidas nas costas. Eu nunca sei se tô preparado pra receber ele com um beijão e um abraço até a cama. Eu nunca sei se tô preparado pra ouvir que ele não vai ficar. Eu nunca sei de nada, e acho que nem ele.


Ele nunca sabe o que quer fazer, e eu menos ainda. No final nunca fazemos nada, só estamos.
Ele sempre tem medo de falar ou fazer algo de errado, e eu também, mas eu arrisco e falo, e faço, no fundo torcendo para não ser errado porque não seria fácil se fosse.
Nossas surpresas um para o outro nunca funcionam, mas não importa, porque a gente funciona.
Ele odeia me fazer massagem sabe-se lá porque, e eu odeio fazer massagem nele porque ele nunca consegue respirar e fica se mexendo.
Ele odeia que eu mexa no nariz dele, e eu adoro mexer no nariz dele só pra ele ficar sem graça.

Caraca, que confuso, eu não sei nem como expressar isso tudo, ou sei né, mas ainda não quero, por medo, por expectativas, por medo das expectativas, é, isso.

É ISSO!

domingo, 14 de outubro de 2018

Dia 499

Vamos por parte, para conhecer o novo personagem.

Ele tinha um nome que mais parecia um apelido. Ele começava agora sua segunda década de vida, mas parecia que falava como se fosse a suas duas últimas décadas de vida. Ele ficava sem graça quando eu olhava por muito tempo para o seu rosto. Seu olho combinava com sua camisa, mesmo ele falando que seus olhos eram verdes, e não castanhos (pessoas de olhos claros têm dessa né, de não terem uma cor certa para os olhos). Ele nunca teve um all star na vida, ou um vans, ou nenhum desses tênis que os jovens Millenial tiveram. Ele tinha gatos com nomes de comida, o que acho que é bom para o meu ascendente em Touro. Seu estilo musical favorito era MPB, e eu fingi gostar mais do que realmente gostava, mas eu gostava, não me entendam errado. Ele não gostava de filmes de heróis, e adorava drama, e por isso fomos ver um filme triste e pesado, em que só tinham pessoas nas suas sextas, sétimas ou oitavas décadas de vida, e nós.
Ele chorou no final do filme, eu abracei ele, e ele disse que era bom aproveitarmos enquanto ainda podíamos fazer isso, e por dentro eu concordei, mas ao mesmo tempo eu pensei que ainda continuaríamos fazendo isso, eu esperava que ainda pudesse abraçar ele várias e várias vezes, não outros caras, mas ele. Eu acho que alguém chorar no primeiro encontro é uma coisa tão incrível, sei lá, acho que tudo fica mais real. Nunca imaginei que o Tinder me proporcionaria isso, enfim.
Eu nem sabia se gostava de vinho frizante, mas sabia que não era muito fã de branco, mas mesmo assim deixei ele escolher um frizante branco. Eu só não queria que ele fosse embora. Atualmente eu tenho muito dessa, de querer estar sozinho mas não querer estar sozinho, ou não querer me sentir sozinho, não sei. E ele também parecia assim, ou eu tava só me enganando pensando isso. 
Foco, vamos voltar.
Pegamos o metrô molhados, e ele me perguntou se tava frio mesmo , porque se não estivesse ele estaria batendo o queixo de nervoso, e nessa hora eu só queria abraçar ele de novo, mas vamos com calma, as pessoas as vezes podem ser estranhas e saírem correndo na próxima parada de metrô caso as assuste.
Bom, eu estava apresentando vocês a ele, mas pelo visto eu já estou contando a história, então vamos continuar né.
Mais paradas de metrô, mais chuva, mais frio, mais muitos minutos.

O vinho era bom. A companhia dele era boa, mesmo nenhum de nós dois sabendo que assunto puxar, e falando sobre nada, mas um nada tão nada que nem sei se ele lembra sobre o que falamos. Pela primeira vez eu ficaria satisfeito de só dormir do lado de alguém sem fazer nada, sem sentir na obrigação de fazer nada, só estar lá fazendo carinho nele enquanto ele chorava e ia no banheiro soar o nariz. A única coisa que eu esperava que acontecesse era um beijo, e  não digo um beijo longo de língua e puxões de cabelo, mas um selinho, pra mim já bastaria. As vezes eu tenho vontade de socar minha cabeça na parede e gritar por imaginar essas coisas tão Romantismo que aprendemos na escola.
AH
o perfume dele também era muito bom. 
Porra
ele todo.
Por mim a gente vivia aquela noite pra sempre. Talvez seja por isso que eu tenha colocado o meu filme favorito para assistirmos. Meio bêbados, meio cansados, meio com tesão.
Assistimos
Weekend.
Gozamos.
Nos beijamos.
Dormimos.
Acordei
ele não estava lá,
nada dele estava lá.
Alguns de vocês vão imaginar que eu quase chorei, e todos vocês que pensarem isso estarão certos.



Mas diferente das outras vezes, ele não sumiu.
 O que era bom, eu acho.
Ele prometeu voltar.
E aí é um próximo post.
Dia 499 de novo, ou dia 500. 
Vamos ver

segunda-feira, 19 de março de 2018

Zodiac Hell

A little more than 1 year has passed and still remember everything about you. I still remember how you used to say my name to annoy me, the way you complaint how I felt like a radiator, the way you got scared so easily when I spoke out of nowhere, or you screaming my name by my window so I could throw you the key.
I still remember our favorite vegetarian coffee shop, and how we used to go there almost every Sunday and had the same meal. I still remember how funny was going to the vintage shops with you and try all the weird clothes. I still remember how good of a mixologist you were, and how drunk used to be by the end (or the beginning sometimes) of the night.
I still remember our arguments in the middle of the street, both drunk and crying. I still remember how much I cried at the airport on our first goodbye. And I still remember how painful was the last goodbye we had at the airport, which was the last one for good.
I also remember you asking me to be your boyfriend on the kitchen floor and how happy I was by saying yes, and of course I remember you checking my sober answer for the same question the next morning, and how it kept the same. I still remember our valentine's dinner on that vegan/vegetarian place or all of our dinners on my bedroom floor, and how much I loved you back then.  
Back then, nowadays, it is still the same, I still love you the same way, even after all that time.
I can remember all of that so well because I think about you everyday before I sleep or after I wake up, and you are not next to me. Because I think about you every time I see a drama movie and thinking that it could have been us. And, maybe the worst, because I still think about you when I'm kissing someone, or having sex with someone and I realize it is not you and how much I wish it was.

I still love you, and probably will do for a long time (or even maybe forever)