Só havia uma certeza, a de que a distância um dia chegaria.
Mas talvez houvesse outra certeza, a de que essa distância já tinha chegado, mesmo não tendo chegado.
Talvez a distância existisse mesmo quando os corpos se tocavam, ou compartilhavam líquidos.
Talvez essa distância não existisse quando quilômetros separavam.
Talvez a distância só estivesse lá sendo distância.
As vezes 1 cm era uma distância impossível de se conviver.
E 1 oceano fosse como um abraço e um cheiro no cangote.
Acabou que a distância virou um talvez, não mais uma certeza.
Mas ao mesmo tempo talvez ela sempre estivesse, e por isso a distância não fosse sentida como uma distância, mas só sendo.
Com certeza o talvez era talvez e a distância era algo entre esses dois, ou até entre algo mais.
Mas ela era.
Talvez
ou com certeza.
Mas ninguém a esperava.
Mas ela era certa.
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