"vai onde?"
"sair"
"você não quer ficar aqui, comigo?"
"você quer?"
"eu perguntei primeiro"
"e eu estou fazendo o que ambos queremos fazer primeiro"
seus eu te amo já não me deixavam mais bobo como antes, seus abraços enquanto dormímos não são confortáveis como antes, ouvir sua voz pela manhã quase todos os dias já não faz meu dia começar bem como costumava fazer. eu não acho que algum de nós tenha se cansado do outro, eu simplesmente acho que não deveríamos ter começado. pra mim era uma válvula de escape da situação, uma forma de tentar esquecer o passado com você, e para você era mais uma aventura, na verdade a sua primeira aventura nesse "novo mundo" como você dizia no início. talvez eu tenha aprendido com você mais do que aprendi com todos os outros que vieram antes; aprendi a esperar, a aproveitar os momentos mesmo que fossem escondidos, aprendi que nem sempre estou certo e que nem sempre conseguirei mudar o que sinto por outra pessoa colocando uma terceira na história. eu pensava em deixar um pedido de desculpas no final desse texto por tudo que eu possa ter feito você passar, mas acredito que você também aprendeu muito com tudo isso, que você também me pediria desculpas por tudo e também pensaria isso agora. minha vontade mesmo era voltar para casa e te abraçar e ficar conversando e chorando com você, mas não do jeito que fizemos nesses 2 anos e sim como faço com meus amigos. em vez disso, tenho certeza, chegarei em casa e encontrarei você chorando na beira da cama com sua mochila arrumada, me chamando pra conversar e me pedindo pra não desistir, e eu vou aceitar, sim é isso que vai acontecer.
que idiota eu fui em imaginar que tudo se resolveria. nem uma carta, nem um foda-se rabiscado na parede, somente a cópia da chave debaixo do tapete.
Nenhum comentário:
Postar um comentário